sexta-feira, 5 de abril de 2013

Carta aos Hebreus – Roteiro para o 7º Encontro – Continuadores da missão de Cristo


Com o roteiro do encontro anterior, o Círculo Bíblico da Comunidade Cristo Rei nos incitou a “deixarmos de ser alimentados apenas com leite e passarmos a comer alimento sólido”, a “ir para águas mais profundas” em nossas reflexões, deixando os assuntos básicos para discutirmos seriamente coisas de “adultos”.

Neste roteiro de reflexão sobre a Carta aos Hebreus, sobre o Ano da Fé, somos lembrados que uma fé sem obras é uma fé morta (Tg 2, 14-18). Refletindo sobre o “sacerdócio de Jesus”, veremos que Ele nos conclamou a sermos continuadores, participantes, de seu sacerdócio, de sua missão. Como cristãos batizados, somos todos “sacerdotes, profetas e reis”, continuadores da missão de Cristo.

Sacerdote é aquele que oferece sacrifícios por ele mesmo e pelos outros; profeta é aquele que anuncia a Palavra de Deus e denúncia as injustiças; rei é aquele que usa o seu poder para servir aos demais, para praticar a justiça.

Se a fé sem obras é uma fé morta; se somos esse sacerdote, profeta e rei; se somos cristãos, o que temos que fazer para, como adultos, cumprirmos nosso papel de continuadores da missão de Cristo? Baixe o roteiro e faça você também a reflexão.



quarta-feira, 3 de abril de 2013

DA DÚVIDA À FÉ – Reflexão sobre o Evangelho do próximo domingo


O homem moderno aprendeu a duvidar. É próprio do espírito dos nossos tempos questionar tudo para progredir em conhecimento científico. Neste clima a fé fica com frequência desacreditada. O ser humano caminha pela vida cheio de incertezas e dúvidas.

Por isso, todos nos sintonizamos sem dificuldade com a reação de Tomé, quando os outros discípulos lhe comunicam que, estando ele ausente, tiveram uma experiência surpreendente: “Temos visto o Senhor”. Tomé poderia ser um homem dos nossos dias. A sua resposta é clara: “Se não o vejo…não creio”.

A sua atitude é compreensível. Tomé não diz que os seus companheiros estão a mentir ou que estão enganados. Apenas afirma que o seu testemunho não lhe basta para aderir à sua fé. Ele necessita viver a sua própria experiência. E Jesus não o recriminará em nenhum momento.

Tomé pode expressar as suas dúvidas dentro do grupo de discípulos. Ao que parece, não se escandalizaram. Não o expulsam para fora do grupo. Tampouco eles acreditaram nas mulheres quando lhes anunciaram que viram Jesus ressuscitado. O episódio de Tomé deixa antever o longo caminho que tiveram que percorrer no pequeno grupo de discípulos até chegar à fé em Cristo ressuscitado.

As comunidades cristãs deveriam ser nos nossos dias um espaço de diálogo onde poderíamos partilhar honestamente as dúvidas, as interrogações e as dos crentes de hoje. Nem todos vivemos no nosso interior a mesma experiência. Para crescer na fé necessitamos do estímulo e o diálogo com outros que partilham a nossa mesma inquietação.

Mas nada pode substituir a experiência de um contato pessoal com Cristo no fundo da própria consciência. Segundo o relato evangélico, aos oito dias apresenta-se de novo Jesus. Não critica a Tomé as suas dúvidas. A sua resistência em acreditar revela a sua honestidade. Jesus mostra-lhe as Suas feridas.

Não são “provas” da ressurreição, mas “sinais” do Seu amor e entrega até à morte. Por isso, o convida a aprofundar as suas dúvidas com confiança: “Não sejas incrédulo, mas crente”. Tomé renuncia a verificar mais nada. Já não sente necessidade de provas. Só sabe que Jesus o ama e o convida a confiar: “Senhor meu e Deus meu”.

Um dia nós cristãos, descobriremos que muitas das nossas dúvidas, vividas de forma sã, sem perder o contato com Jesus e a comunidade, nos pode resgatar de uma fé superficial que se contenta em repetir fórmulas, para estimular-nos a crescer em amor e em confiança em Jesus, esse Mistério de Deus encarnado que constitui o núcleo da nossa fé.

José Antonio Pagola