sábado, 29 de junho de 2019

𝐃𝐎 𝐌𝐄𝐈𝐎 𝐃𝐎𝐒 𝐏𝐎𝐁𝐑𝐄𝐒 𝐁𝐑𝐎𝐓𝐀𝐑Á 𝐀 𝐉𝐔𝐒𝐓𝐈Ç𝐀 𝐄 𝐀 𝐆𝐋Ó𝐑𝐈𝐀 𝐃𝐄 𝐃𝐄𝐔𝐒

                                                                                                                                    Paulo Flores*

O Evangelho deste sábado (Lc2,41-51) nos faz refletir sobre quando Jesus, aos 12 anos, foi com seus pais (Maria e José) a Jerusalém para celebração da Páscoa judaica. A história é bastante conhecida. Passado os dias da Páscoa, a família começou a viagem de volta para casa e, somente ao final do dia notaram a falta de Jesus. Tiveram que voltar a Jerusalém e, depois de três dias, encontram o menino no templo escutando e fazendo perguntas aos doutores da lei. A reflexão não é simples e permite diversas interpretações e ensinamentos.

Merecem atenção as palavras de Jesus (“Por que me procuravam? Não sabiam que eu devo estar na casa do meu Pai?”). Elas mostram que toda a sua missão decorre da sua relação filial com o Pai. Isto significa que essa missão provém do próprio mistério de Deus e da realização de sua vontade entre os homens. Contudo, essa missão se processa dentro do mistério da Encarnação, onde Jesus vai aprendendo a viver a vida humana como qualquer outro homem.

Mas, é preciso muita atenção com a Primeira Leitura (Is61,9-11). Este trecho vem logo depois do citado por Jesus na sinagoga de Nazaré, quando Ele anunciou que era o Ungido de Deus e falou qual seria sua missão (Is61-1-3). Por isso, quem quiser fazer uma reflexão mais aprofundada, deve ler todo o capítulo 61 de Isaías, que vai do versículo 1 ao 11.

Assim, verá que o profeta é enviado para proclamar a Boa Notícia da libertação (vv. 1-3a) aos pobres (v. 1). São eles que estão abertos à fraternidade e à partilha.

Verá também que, para que a libertação se torne realidade, é preciso que, no país, triunfe a justiça nas relações entre os cidadãos, e que, entre os países, cessem as injustiças e opressões.

A condição para acabar com as opressões é abolir as explorações que existem dentro do país; para isso, é preciso reconstruir a cidade e reestruturar o campo, através de uma nova política agropecuária. Não basta estar na terra; é preciso possuí-la e, após sair da escravidão, é preciso caminhar para a libertação e dar-lhe consistência, restaurando o país dilapidado.

Os estrangeiros já não irão explorar, mas participarão da partilha, através do trabalho (vv. 4-5). Dessa maneira, o povo será sacerdote ou ministro de Deus (v. 6), isto é, será oficiante de um culto que agrada a Javé (cf. cap. 58).

Se há injustiças no país, exige-se conversão; se as injustiças vêm de fora, estas deverão ser enfrentadas. Para isso acontecer, direito e justiça são fundamentais (v. 8a) para que haja alegria (v. 7), fidelidade a Deus (Aliança, v. 8b), bênção e reconhecimento das nações (v. 9): é o ano da graça de Javé.

Ainda no versículo 9, o profeta deixa claro que os filhos de Deus não devem se isolar do mundo, mas se fixar no meio dos povos, que reconhecerão os fiéis por suas ações como abençoados de Deus.

Por fim, termina (v.11) com uma mensagem de esperança que nos lembra de que, assim como a terra faz brotar a planta e o jardim faz germinar a semente, o Senhor Deus fará germinar a justiça e a sua glória diante de todas as nações.

* Jornalista, membro do círculo bíblico da Comunidade Eclesial de Base Cristo, Paróquia Santuário São Judas Tadeu, do Jabaquara, em São Paulo.

segunda-feira, 17 de junho de 2019

Dai água a quem tem sede


O Santuário São Judas Tadeu está fazendo uma campanha de arrecadação para adquirir oito bebedouros de pressão/purificadores. O intuito é que os devotos possam saciar sua sede quando forem participar de alguma atividade no Santuário, que deixará de produzidos mais de 400 quilos de lixo ao ano, provenientes de copos descartáveis e galões de água.

Ajude o Santuário a acolher melhor a todos e a reduzir a produção de lixo! Sua contribuição precisa ser feita até o dia 28 junho, quando se encerra a campanha.

Para contribuir, basta acessar o link http://vaka.me/547631. Quem preferir efetuar sua doação de outra forma, basta enviar uma mensagem por WhatsApp para o número (11) 99204-8222 e informar que quer doar para a campanha "Santuário Sustentável”.

#somossantuariosaojudastadeu#

terça-feira, 11 de junho de 2019

Miquéias – O Direito Dos Pobres*


O profeta Miquéias nasceu em Morasti, uma vila no interior do reino de Judá. Sua origem camponesa se manifesta na linguagem concreta e franca, nas comparações breves e nos jogos de palavras. Ele exerceu sua atividade em fins do século VIII a.C., quando sua região estava sendo devastada pelos assírios.

Miquéias, entretanto, denuncia uma situação mais perversa do que a própria guerra em andamento: a cobiça e injustiças sociais, onde ele vê a causa principal da ira de Deus (2,8).

Após descrever os estragos da guerra (1,8-16), o profeta nos conduz à capital, onde ele se defronta com os ricos e com os dirigentes políticos e religiosos. Vindo da roça, Miquéias acusa-os de roubar casas e campos para se tornarem latifundiários (2,1-2) e os condena por mandar matar até mulheres e crianças para se apoderarem das terras (2,9).

Com o poder nas mãos, eles dançam ao ritmo do dinheiro, falseando o peso das mercadorias (6,10-12). Miquéias mostra que a riqueza deles se baseia na miséria de muitos e tem como alicerce a carne e o sangue do povo (7,1-4). Eles, porém, insistem, com a Bíblia na mão, em provar que são justos (2,6-7) e que Deus está com eles (3,11); procuram combinar religião com opressão aos fracos. Miquéias denuncia tal perversão como atitude idolátrica (1,5); por isso, é taxativo: eles, juntamente com a luxuosa capital e o próprio Templo, serão destruídos (3,9-12).

No livro atual de Miquéias existem também promessas e esperanças. Entre elas se destaca o anúncio do surgimento do Messias na pequena cidade de Belém (5,1-3). O Novo Testamento retomará esse oráculo e o atribuirá ao nascimento de Jesus Cristo (cf. Mt 2,6).

* Introdução ao livro de Miquéias. Bíblica Edição Pastoral.